sábado, setembro 03, 2011

(...)

história de uma imensa claridade. Há sempre um sonho que foge, um sonho a segurar de mãos abertas, sem respirar; outra vez sem ter a certeza de nada!

devagarinho a mulher : um ser alado.

olhos em brasa, angustiada, dividida, fragilizada, apaixonada.

tranquila a imagem surge do canto superior esquerdo, um marinheiro efebo com a cabeça coroada de plumas ...de longe chega a certeza de ter dormido em teus braços.

nunca,

poder descrever-te espírito a bailar em mim. Quando te prendo obsessiva espiral alucinada a explicar, a vocação de voar.

há uma tristeza que se sente aqui, que se parece com a solidão. É uma tristeza que se alarga, toma tudo à roda, ocupa muito espaço.

terça-feira, agosto 30, 2011

fiz-me bonita : como sempre!

lembrava-me de grandes espaços a fazer oscilar as esquinas a fazer gemer as ruas a fazer circular a loucura... nostalgia do deserto!

...de qualquer coisa lúcida no limite.

ela partiu; a casa ficou em ruínas.

(os objectos falam entre si, enquanto comigo falam dela.)

de qualquer maneira, a presença dela vai e volta. Como se, estivéramos num Texas algarvio cheio de turistas ingleses ...


segunda-feira, agosto 29, 2011

a verdade,

anda sempre ausente da palavra. Ao lado da tranquilidade está este imaginário desespero, o meu grito fende os prédios perto do rio. Eu estou dentro deste frio húmido. Enterrei os pés cansados de marcha inútil dentro de uma solução de água de rosas.

a ponte estende-se ao longo das águas. Está tudo de pernas para o ar; um piano de cauda saíu da sala, entrou no mar e morde os peixes. Um candelabro de prata faz step dancing nas nuvens.

se ao menos o céu estivesse azul, se tu tivesses saído à minha procura!

terça-feira, agosto 23, 2011

vi-te dia por dia

...a tomar conta do meu destino. Não poderia ser de outra maneira e olhava-te com uma lucidez apaixonada.

a calma! Queima jasmim na minha mesa, há diamentes na árvores, rubis na boca das mulheres; penas e plumas, cigarros e cocaína, champanhe ...Fata Morgana dos deuses.

a cidade vive paixões agitadas.


domingo, agosto 21, 2011

o prazer é sempre uma vertigem

e; o verbo não é o princípio. Sinto o sal na língua as nossas funções confundem-me : tão perto agora! ...os meus olhos são os dela as minhas mãos, os meus gestos são o mar,

tão perto a nuvem a certar o nada!

quinta-feira, agosto 11, 2011